6.5.15

República Tcheca

A chegada prevista em Praga era lá pelas 3 horas da madrugada, porém, quem disse quem chegamos lá esse horário? Chegamos as 05:00, mortas. Eu acho viagens de trens cansativas porque ele para em várias estações e eu sempre tenho medo de dormir e perder a minha então fico acordando o tempo todo e foi assim minha noite no trem.


A moeda é diferente em Praga, não é euro, as casas de cambio estavam fechadas e a que abriria mais cedo seria 06:30. O jeito era esperar, estávamos cansadas, com fome, com sono e foi aí que eu me lembrei que aquele australiano que eu conheci em Bratislava tinha me dado umas moedas "praguenses" (esqueci o nome da moeda de lá), porque ele tinha passado por lá e não voltaria, naquele segundo eu amei tanto ele, mandei tantas energias positivas em agradecimento que ele deve ter sentindo até uma paz interior enorme. Consegui comprar dois cafés e ainda sobrou troco. 


Eu e Bells sentamos no lugar onde eu comprei o café e usamos o wifi para descobrir se valeria a pena sacar dinheiro da nossa conta holandesa (que sairia na moeda local) ao invés de trocar, pois as taxas de troca estavam muito altas. Não estávamos com 100% de certeza, mas decidimos sacar e foi a melhor coisa que poderíamos ter feito. Fomos para o hostel, mas não pudemos fazer o check-in, tivemos que esperar o café da manhã, aproveitamos e comemos. Depois a moça da recepção fez a maior confusão, nos deixou confusa mas por fim conseguimos pagar a reserva e ir para o quarto dormir.


Quando acordamos fomos ao mercado, a Bells foi comer num restaurante vegano e eu fui para o hostel comer pizza. Conheci um brasileiro lá que disse ser médico neurologista. Não acreditei muito não. Quis chorar a hora que cheguei no hotel, achei horrível e se ele fosse médico mesmo não estaria lá, pensei eu, mas no fim da viagem eu estava apaixonada pelo hostel. Nessa noite saímos com uns meninos que estavam no hostel. Fizemos amizade com uns franceses do nosso quarto e depois com o povo todo que estava na cozinha e fomos todos juntos.


Eu me apaixonei por um turco, ele estava no hostel também e no bar ele veio me procurar, o que consideramos milagre aqui porque esses europeus, vou te contar viu, enfim, conversei com ele, depois nos perdemos, aí meu narriz começou a sangrar demais (para quem não sabe ele sempre sangrou e do nada, desde que eu era criança), quando finalmente parou achei a Bells que estava conversando com o monge (um ser que estava no hostel, parecia um monge, falava supeeeer baixinho que não dava para entender nada e que disse estudar teologia ou algo do tipo, era da China se não me engano, para nós será monge forever). Salvei ela da situação porque ele era muito chato e um dos franceses pagou bebida para ela, nisso encontrei meu turco e terminamos a noite abraçados, voltamos para o hostel assim, eu e ele e Bells e o monge hahahaha.



No dia seguinte, era 31/12/2014 fomos dar uma volta no centro da cidade, vimos umas coisas que eu queria, tentamos fazer o walking tour mas perdemos porque a Bells quis tirar foto com um porquinho --' comi no subway esse dia, lembro que não estava um clima de ano novo no ar, estava tão estranho, frio, neve, eu cheia de roupa. Mais tarde encontramos a amiga da Bells, antes eu quase dormi em pé num shopping, fomos para o nosso hostel, cozinhamos (feijão, lentilha e nosso risoto de natal), jantamos e fomos para o centro ver os fogos com o indiano que estava no nosso quarto.


O plano era ir para o castelo e ver os fogos de lá, mas claro que estávamos atrasados e perdemos. Paramos numa praça lá para ver os fogos, estava garoando. Foi estranho, eu chorei. Senti saudade de casa, de pular as sete ondas (eu a Giovanna pulamos sete degraus de escada rolante - na verdade foram uns 20 :P), do calor, de abraçar minha família... Fiquei um pouco desorientada pela meia hora seguinte, tentamos ir para a Charles Bridge, sem sucesso, os transportes pararam de funcionar e o indiano estava nos deixando loucas! No meio do caminho nos separamos dele e tentamos voltar para o hostel, paramos num mercadinho, eu comprei sorvete e fomos procurar um ônibus.

Sim vó, tomei cerveja de maconha, mas
juro que foi sem querer, escolhi a mais
barata e nem vi que era de maonha.

Pegamos um ônibus e depois um metrô cheio de gente doida, um cara super bêbado conversando com a gente, no final até que foi engraçado e eu choro de rir ao lembrar, mas na hora eu queria chorar. Chegamos no hostel e estava um super cheiro de sopa, eles tem uma sopa típica para o fim do ano lá, a cozinha estava cheia de meninos comendo e assim que pisamos lá eles gritaram em inglês "Feeeeeeliz ano novo" eu respondi e comecei a falar com um deles em inglês até que o amigo dele disse depois de ouvir a Giovanna e a Bells conversando: "Cara por que você tá falando em inglês? Ela é brasileira." e foi aí que viramos amigos.


Fiz um macarrão porque estávamos com fome, dali a pouco chegaram outros amigos dos brasileiros e o turco com os amigos turco dele. Ficamos até as 08:00 da manhã na cozinha, esperamos o café, comemos, a Gi foi para o hostel dela e eu e o nosso novo amigo fomos dormir. Quer dizer, eu fui tentar trocar minha passagem antes de ir dormir, porque eu iria embora naquele dia as 17:00, felizmente consegui trocar, voltei para o hostel, dormir, mais tarde todo mundo acordou e ficamos no hostel fazendo nada, jogando UNO, ouvindo música, conversando até tarde.


No dia seguinte fomos no castelo e na Charles Bridge, depois voltamos para o hostel, terminei de arrumar minhas coisas e peguei o ônibus que me traria a minha amada Holandinha. Sem dúvidas esse fim de ano foi um dos mais especiais da minha vida. O anterior a esse foi demais, na praia, com toda a minha família, mas esse teve uma mágica diferente, eu estava realizando meu sonho, estava em outro país, estava viajando, conheci gente nova, fiz loucuras e isso não tem preço.


Depois de 14 horas dentro de um ônibus, finalmente cheguei em casa, quer dizer, cheguei na estação perto de casa, ainda tive que pegar um trem até Naarden, fui para casa andando, arrastando minha mala. Eu estava feliz, me lembro de rir sozinha na rua, finalmente eu estava em casa, minha rotina, minha caminha confortável, meu chuveiro quentinho, meus amigos, minha família, comida e claro estava feliz por ter feito isso, 15 dias viajando "sozinha" pela Europa, jamais terei como descrever o quão incrível foi essa experiência, mas ao mesmo tempo eu estava triste, porque foi tão incrível viajar, praticamente todo dia estar em um lugar diferente, que eu passaria mais 10, 15, 20 dias viajando e claro porque as amizades e coisas que vivi nessa viagem ficariam nela, tinham acabado, eu infelizmente não pude traze-las na mala comigo e principalmente porque eu sabia que aquilo marcava metade do meu intercambio, eu sabia que eu só tinha mais metade do meu ano aqui e eu não estava preparada para isso.

2 comentários:

  1. Hi Camila ;-)

    You could make a post about how you expect to feel with your back to Brazil? Have you ever felt like a foreigner in your own country?

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    1. Hi Amanda, of course I can! I just did one yesterday talking about it, how I'm feeling now, but maybe it was more poetic than real feelings haha I'll make another one soon especially for you about it and as soon as I'm in Brazil I'll do other one about how I'm feeling back in my country! Thanks

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