30.8.14

Viagem sem volta



Hoje eu estava relendo um texto super legal sobre morar fora de um blog que eu adoro, Nômades Digitais.  Quando eu li no Brasil, não fez sentido, mas agora consegui sentir e entender tudo, então eu resolvi além de compartilhar com vocês, falar um pouquinho sobre a minha experiência, afinal já faz pouco mais de um mês que eu estou aqui e a única coisa que eu falo é "Tudo muito lindo, maravilhoso, estou apaixonada pela Holanda".

Leia o texto AQUI.

"É uma viagem física e mental sem bilhete de retorno."
Sem dúvidas morar fora te muda para todo o sempre. Eu já aviso vocês, povo do Brasil, não esperem encontrar no aeroporto, em julho do ano quem vem, a Camila que vocês deixaram lá, aquela Camila, tadinha, tão "pobre", foi embora! 

O sentimento de dizer "Adeus, estou indo para uma vida nova" é inexplicável, é uma alegria, misturada com tristeza, com curiosidade, com saudade, com adrenalina.

De repente você está pensando onde vai passar as férias, aí está em dúvida, porque quer conhecer  a Grécia, mas aquela ilha na Itália não é uma má ideia, porém Ibiza parece ser muuuuito legal e que tal um passeio em Istambul? Londres é sonho, apesar de que sempre quis ir ao Marrocos... E aí você se pergunta "Peraí, eu estou pensando nisso mesmo? Isso tudo é possível?" É nessa hora que você vê como tudo é pequeno e não consegue imaginar como pode viver tantos anos apenas na sua cidade, as vezes, sem nem sair do estado.

A Holanda é incrível, eu digo isso todos os dias para todo mundo. Quando me perguntam sobre as coisas aqui meus olhos brilham, um sorriso largo aparece no meu rosto e eu começo a tirar os pés do chão falando sobre como tudo é lindo, encantador, mágico, etc. Mas o Brasil, ah o Brasil! Meu país, que eu tanto amo, é inigualável. Eu sempre gostei do Brasil, mas agora é diferente, eu o idolatro e morro de amores. Dou um valor especial e diferente a cada coisinha de lá.

Tem  muita coisa diferente aqui, principalmente em relação a comida... Pão no almoço? Pão com margarina e granulado? Pirulito de maconha? :O (calma vó, só ouvi falar). No começo é tudo muito estranho, se você não tem uma cabeça boa ou não está pronto para encarar um intercambio, você vai achar que tudo está errado. Com o passar do tempo você se acostuma  e começa a achar normal comer pão com pasta de amendoim, pepino e pimenta (sim, meu host dad é louco), talvez não normal, mas você vai se perguntar: "Afinal, o que é certo? Comer pão ou comida de verdade no almoço?" Diferenças culturais só te farão crescer.

Eu sempre fui muito preguiçosa, meus amigos que o digam. Balada? Capaaaaaaaaz que vou me maquiar, me trocar e abandonar minha cama para ir dançar. Sair? Puts, to cansadona hoje e também está meio nublado. Parque? Agora? Ah mas tá muito quente, o sol está muito forte, outro dia a gente vai. Aqui eu estou me surpreendendo, pode estar frio, chovendo, noite, sol, dia, calor que eu pego minha bike e vou passear. Balada? Vamoooooos, daqui 15 minutos estou lá. Parque? Mas claro, te vejo daqui a pouco. Conhecer outra cidade na chuva? Te encontro na estação.

De onde você é? Sou do Brasil, mas moro na Holanda. Me sinto numa poligamia, porque não sou mais só do Brasil, sou da Holanda, sou da Itália, sou da França, da Bélgica e todos os lugares encantadores que sonhei e irei conhecer. Meu coração pertence a todos. Eu sou livre!

Como está/é tudo aí? Essa é a pergunta mais difícil de responder, não tem como descrever, até porque não cabe só em palavras, é preciso ver, sentir, ouvir e tentar fazer caber dentro do coração. Essa experiência não cabe dentro da minha mala, não caberá dentro da minha casa e em lugar algum, ela só cabe dentro de mim e as vezes até me sinto pequena para "armazenar" tanta coisa. 

O que eu mais gostei aqui na Holanda? Com certeza, stroopwafel. Querido, eu amo você! :P

Kusjes!


2 comentários:

  1. Belo texto :) espero escrever um assim logo logo!

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    1. Obrigada Camila, adorei seu nome ;) haha Espero poder ler um texto seu assim em breve (: Boa sorte!

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