25.3.15

Roma, uma loucura sem fim

Quando eu cheguei em Veneza perguntei na estação quanto custava a passagem de trem até Roma, me disseram 19 euros, tranquilo, super barato, perguntei se poderia comprar na hora e disseram que sim. No dia de ir para Roma cheguei cedo na estação e fui comprar a passagem, fui informada que o valor era 87 euros, que quando comprada na hora a passagem é mais cara. Queria morrer, mais caro que meu voo Amsterdam -Milão. Pedi outras opções e a única, além desse roubo custava 42 euros, demorava 7h30min e precisava fazer conexão, considerando que sou rica só nos meus sonhos e que eu ainda passaria por mais 4 países, essa foi a opção escolhida.


Saí de Veneza as 10:42 dormi até Bologna, a primeira parada. Peguei outro trem lá 13:10, desceria em Prato Centrale as 14:23, porém eu no meu desespero vi 13:23, o trem não chegava nunca, quando era 13:30 pensei "pronto,já era, perdi todos os trens, agora sabe Deus o que eu vou fazer". Perguntei para a mulher que estava sentada na minha frente que horas chegaríamos em Prato Central mais ou menos e ela me disse 14:23, olhei no papel, entendi tudo, relaxei e curti a paisagem, super linda.

Em Prato eu peguei um trem para Florença. Cheguei lá 14:50 e o trem que finalmente me levaria direto para Roma estava atrasado. Esperei uns 20 minutos eu acho até que o trem chegou. Enquanto esperava vi um italiano LINDO. Ele entrou no mesmo vagão que eu e sentou na minha frente, morri. Perguntei em inglês sobre o banheiro, ele me respondeu em inglês não saber. Fui e quando voltei o pai dele estava sentado do outro lado e ele sozinho de frente para mim. Acho que ele estava doente tadinho. O pai dele disse em italiano para ele "Bonita!" e ele vermelho perguntou quem o pai disse "Essa 'dona' na sua frente", ele mais vermelho ainda respondeu que sim e o pai disse "Para você, claro" e ele sorriu e foi aí que eu percebi que realmente tenho que ser cuidadosa com o que falo, assim como eu entendi o que eles conversaram, há quem me entenda também.

O italiano lindo desceu em Terontola. Eu comecei a ficar impaciente, fazia muito tempo que estava no trem, dormi, acordei, dormi, ouvi musica, dormi, li, dormi, escrevi e nada de chegar. Estava um calor insuportável lá dentro. Já era noite quando finalmente cheguei em Roma. Outro sonho!

Comprei ticket para o trem, comprei um sanduiche de salame italiano e uma coca no mercado e fui para o hostel que ficava do lado do aeroporto. Eu só fui para Roma na verdade porque no dia seguinte pegaria um voo super cedo lá. Cheguei no hostel morrendo, graças a Deus esse era decente. Quarto limpinho, cama boa, banheiro bom, perfeito. 

Saí do banho e tinha um menino no meu quarto, comecei a arrumar a mala para o dia seguinte e ele começou a conversar comigo, para ser sincera não entendi se ele é italiano ou francês, só sei que ele mora na Polónia haha. Ele me disse que passou pela maior confusão durante a viagem para a Itália (ele estava indo visitar a mãe) e que queria muito ir visitar o Coliseu. Eu falei que também queria, mas que sozinha não iria então decidimos ir juntos.

Acho que essa foi a maior loucura que fiz na vida (mentira, fiz pior aqui na Holanda). Pegamos um trem as 23h descemos na estação de Roma Termini e fomos caminhando até o Coliseu, não fazíamos ideia de onde era mas achamos. Quando eu vi o Coliseu eu surtei. Eu não acreditei que estava em frente a um dos monumentos históricos mais formosos do mundo. Eu estudei aquilo, eu vi em livros, em filmes e eu estava lá vendo com meus olhos ao vivo. Todas as aulas de história que eu já tive na vida vieram na minha cabeça naquele momento. Quis chorar, confesso haha. Ainda não acredito que estive lá.

Segundo a recepcionista do nosso hostel para voltar deveríamos pegar um metrô que funcionaria até tarde, porém já não estava mais funcionando, os trens também não e aí o desespero começou a bater. Perguntamos em um ponto de ônibus lotado se algum iria para o aeroporto, nos disseram que não, mas que um deles iria para um lugar próximo onde poderíamos pegar um taxi. 

Pegamos o tal do ônibus que não chegava nunca no ponto que precisávamos descer (detalhe, não sabíamos onde era esse ponto :D) e estava cheio de gente estranha. Quando finalmente chegamos no lugar, o ponto final, já era umas duas horas da madrugada, não tinha taxi. Graças a Deus o último ônibus estava lá, pegamos ele, mas segundo o motorista teríamos que andar uma meia hora partindo da parada mais próxima do nosso hostel. Aceitamos né, meio que não tínhamos outra opção.

Descemos no ponto indicado pelo motorista e andamos só uns 15 minutos. Nem acreditei quando vi o hostel. Conversamos um pouco, terminei de arrumar minhas coisas e dormimos. Antes das 6 eu  já estava em pé. Me despedi do meu amigo e segui rumo ao aeroporto. Lá me despedi com muita dor no coração da Itália, o meu sonho, prometi que voltaria e peguei um voo para Budapeste.

Terminei minha viagem feliz pois realizei um grande sonho, enfrentei tudo sozinha e consegui e termino contando minha história por lá com as duas palavras que marcaram minha estadia:

Grazie. Prego!

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