25.3.15

Veneza

Peguei o trem por volta das 14h em Verona rumo a Veneza. Estava triste por deixar a cidade mais linda que já vi tão rápido e super ansiosa, afinal quem nunca sonhou com Veneza? Claro que eu dormi mais um pouco no caminho :D


Quando acordei já estávamos quase chegando. O trem parou, eu desci e mais uma vez andei sem rumo. Segui o fluxo e fui parar na entrada da estação. Quando eu olhei para frente lá estava Veneza, não sei explicar o que senti, eu queria pular de alegria, mais um sonho realizado."Meeeeeeeeeeu Deus, eu estou em Veneza!" pensei.


Comprei o ticket do Vaporetto ("ônibus" de lá - que na verdade é barco, não tem carro lá) e perguntei o valor da passagem para Roma* meu próximo destino. Desci as escadarias arrastando minha malinha sem reclamar, feliz da vida. Entrei no barquinho e fui admirando o canal. Desci onde o Google Maps havia me instruído,de lá fui caminhando até o hostel, subindo e descendo as milhares de escadas com a minha amada mala de rodinhas.


Tive uma relação de amor e ódio com Veneza. É linda, é encantadora, é um sonho, mas ao mesmo tempo é horrível, um labirinto, assustadora. Comecei minha jornada me perdendo é claro, é muito difícil se localizar lá, ninguém conseguia me ajudar, nem a polícia, quando eu já estava a ponto de sentar no chão e começar a chorar (mentira, pegar o celular e ligar para o hostel) vi um café super simpático, entrei e pedi ajuda. O dono super querido falou:"moça eu não posso te ajudar, não sei onde fica esse endereço, mas aquele senhor que vai entrar aqui agora conhece tudo e ele com certeza vai saber te ajudar".Chegou um senhor super animado falando super alto em italiano. Ele me ajudou e sou eternamente grata a ele!


Encontrei o hostel e sinceramente preferia ter ficado perdida haha. Se tem uma coisa que eu aprendi com essa viagem é reservar com cuidado o lugar para se hospedar. O quarto que eu fiquei era horrível, ficava do outro lado da rua num "prédio" super velho, com um cheio insuportável de mofo. A cama era melhor que a de Milão, mas em compensação era frio.


Depois de avisar todo mundo que tinha chegado, o que demorou eras porque o wifi era horrível, resolvi dar uma volta com a menina que estava no meu quarto. Passeamos pela Piazza di San Marco, uma das únicas coisas que eu realmente queria ver lá e que me fez reservar o tal do hostel maravilha (localização).


Sabe aquele ditado "tudo que está ruim pode piorar"? Pois então, pura verdade. Depois de um dia super longo e cansativo fui tomar banho, para minha surpresa era um chuveiro bom, saía bastante água, porém não esquentava! Pelo menos confirmei que ninguém  morre por tomar banho gelado numa temperatura de 9 graus.


No dia seguinte estava sem companhia e sem ter o que fazer, a única coisa que eu tinha planejado ver além da Piazza de San Marco era a Ponte de Rialto, mas não fazia a menor ideia de como chegar até lá. Saí do hostel na fé e na coragem, sem rumo, tirando foto de tudo, parando para ver tudo, seguindo as placas e pedindo informação a cada 5 minutos, sério, não conheço ninguém mais perdida que eu.



Nessa aventura eu achei a tal da ponte que é enormeeee, vi uns Papai Noel de barco no canal, ouvi muuuuuuita gente falando português BR eeeeee quase caí num canal :DDDDD. Claro que eu precisava aprontar alguma coisa né? Antes de ir para a ponte me perdi em uma ruazinha que dava em uns degraus que estavam cobertos por água, achei legal e mais tarde resolvi voltar lá, a maré tinha baixado e os degraus não estavam mais cobertos por água. Foi aí que a inteligência em pessoa resolveu "descer" os degraus que terminavam no canal, porém é claro que eles eram lisos, eu escorreguei e quase caí dentro do canal. Meu coração parou por um segundo, acho que foi o maior susto da minha vida haha se tivesse caído provavelmente teria morrido, sabe Deus a profundidade daquilo, estava muito frio e não tinha ninguém por perto. 




Umas 16:00 Veneza já tinha perdido a graça para mim, já tinha andado por tudo, visto tudo que queria ver, estava cansada e com frio. Voltei para o hostel, organizei minhas coisas porque no dia seguinte cedo iria para Roma, chorei bastante (ainda estava na nostalgia do natal e triste por estar sozinha). 


No dia seguinte cedo peguei o barquinho, fui para a estação de trem e deixei Veneza, com esperança de um dia voltar, de preferência acompanhada, no verão e em um hotel bom.

Prego.


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